sexta-feira, 21 de março de 2014

Companheiras e Pedagogas


Boa noite gente. Mais uma foto esse dia tão especial pra mim.
:D
Nessa foto estou com minha companheira de jornada, uma pessoa muito especial, a Dona Izabel. Uma amigona!
Conforme escrevi para ela a descrição da chamada para pegar o diploma "Bem humorada, super popular, muito querida e pra lá de arretada. Com uma visão de mundo e sabedoria da vida admiráveis. Uma mulher danada, porreta. Bela até no nome, Izabel."
S2

Gente eu já disse que eu AMO cortar o cabelo?! Eu amoooo cortar o cabelo. Hoje foram só dois dedinhos. mas eu já fiquei toda felizinha!
:)
Hoje foi dia de ralar em casa o dia todo com os preparativos da comemoração de domingo. Depois do almoço cochilo e de volta as chatices. Já me stressei com Deus e o mundo.
Eu não sei se eu já escrevi isso aqui. Mas pode ser que eu faça mais mil faculdades. Em nenhuma delas vou querer comemorar a formatura com uma festa em um salão, cheia de papagaiada. Um SACO.

Hoje, dia 21 de março, é o dia Mundial da Síndrome de Down e também dia Internacional Contra a Discriminação Racial.
Que seja um dia para reflexões a respeito do RESPEITO em nossa sociedade.
Reflexões que devem partir desde a integração dessas pessoas especiais que são os portadores da síndrome, até as nossas posturas discriminatórias racistas que contribuem para essa nossa sociedade excludente.

Antes de me despedir eu queria deixar aqui no blog um texto que eu escrevi, sobre o término desse ciclo que foi a graduação.
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Pedagoga Raíza Venas. Quem diria?! Eu nunca quis ser professora, que dirá pedagoga. Nunca sonhei com a área da educação, muito menos com a sala de aula.
Mas então, porque isso? Hoje, depois de anos me atormentando com essa questão contraditória, penso que foram as minhas experiências escolares que me levaram a essa escolha.

Eu sempre gostei demais das escolas em que estudei, dos meus professores, daquele ambiente. Ir para escola nunca foi um sacrifício, nem uma coisa chata. E a vida foi se encarregando de me fazer escolher esse caminho para minha formação.
Na verdade eu sempre tive muita sorte, estudei tudo pelo que me interessei. Educação, moda (agora a dança).. E dei sorte com as instituições onde estudei também.

A UERJ é maravilhosa. Nutro por aquele lugar um grande amor. O mesmo amor que tenho por todas as escolas onde eu estudei. A contribuição dessas instituições na minha vida é algo que eu não consigo dizer.
Professores, regras, quebra de regras, colegas, espaços, historias, lições, trabalhos, grêmios, representações de turma... Cada coisa contribui diretamente para o que eu sou hoje.

A quatro anos eu era uma pessoa COMPLETAMENTE diferente do que eu sou hoje. Em tudo, todas as circunstancias. Mas especialmente as minhas formas de pensamento. Devo muito disso a Universidade.

A faculdade me fez refletir muito. Me ensinou muito a me esforçar a respeitar as pessoas que pensam diferente de mim. Aprendi a voltar atrás, perceber minhas conclusões erradas... Eu já falei muita besteira. Hoje pego trabalhos do início da graduação e penso: "Como eu pude escrever tanta besteira? Como eu pude pensar assim?"
Reconhecer isso é uma conquista. Ouso dizer que é uma das maiores conquistas de ter estado naquele lugar.
É verdade, não é clichê, a Universidade é um espaço de dilatamento do olhar, de abertura da mente. Um espaço privilegiadíssimo e com fortes tensões de poder. Pra quem sabe aproveitá-la, é.

Eu me encantei com a politização uerjiana. Lá eu aprendi que realmente TUDO é política. Tudo. Mesmo sem ter me envolvido, me articulado com nenhum movimento percebi quão forte isso é.
Vi de perto muito preconceito, de todos os tipos. Senti nojo, revolta e pena... Preconceitos fortes, de gente estudada, conscientes e outros inconscientes. Mas nenhum inocente. Coisas muito sutis, e igualmente significativas para construção do que a gente chama de sociedade.

Eu tentei aproveitar o máximo que eu pude, fazer valer a pena. Fiz muitas coisas naquele lugar, aprendi muito. Discuti, pensei, analisei, dancei, fiz questão de conhecer faculdades de outros cursos, experimentei muitos cursos extras, estágios cheios de particularidades, muitas palestras, vários espetáculos, algumas viagens, poucos amigos... E alguns arrependimentos.

Se tem uma coisa que eu fiz pouco foi estudar, no sentido tradicional da coisa. Embora tenha tido boas notas e tenha sido uma aluna notada pelos professores, definitivamente eu poderia ter sido uma aluna melhor. Eu poderia ter lido todos os textos solicitados em aula, poderia ter participado de grupos de pesquisa; poderia ter participado de congressos, seminários, apresentado trabalhos acadêmicos, poderia ter viajado mais... Mas essa é minha menor culpa. Ser uma boa aluna não foi uma prioridade. E de qualquer forma penso eu aproveitei o suficiente!

Na Faculdade de Educação eu comecei a não querer ser professora. É ruim dizer isso, mas a verdade é que quase ninguém se importa com a educação, e quase ninguém se importa com as pessoas que trabalham com a educação.
A pedagogia é um curso muito bom. Completo, condensa muitas ciências, é prazeroso e enriquecedor para a visão de mundo. E a Universidade é maravilhosa. Já o meio acadêmico nem tanto, a vaidade o apodrece.

Olhando pra mim, entendo que o que eu amava (e amo) era a UERJ e não a faculdade de educação. Que mesmo sendo uma das melhores, ou a melhor da Universidade em vários aspectos, tem vaidade demais, teoria demais.. Gente chata demais. Assim como em todos os campos acadêmicas das mais diversas áreas.

Vi muita loucura na Faculdade de Educação, a pedagogia É uma loucura.
Professores preparados, professores despreparados, desesperados, bons, ruins, esforçados... De todos os tipos. Professores por profissão e professores por vocação. Alunos por ideal, alunos por comodidade, alunos por sonho, alunos por amor, outros porque acham que tem vocação, alunos perdidos...

Um dos problemas é que eu fui pra pedagogia já sendo formada para o magistério, eu já era professora porque cursei o Ensino Normal. Os professores tinham uma teoria que quase não respeitava minha pequena prática.
Um outro problema foi a realidade. Todas aquelas pessoas eram muito diferentes de mim... E eu não tenho a menor disposição pra fazer amigos. Sei que não sou uma pessoa simples, fácil de lidar. A faculdade potencializou e abrandou isso em diversos momentos.
E justamente por gostar mais da UERJ do que da pedagogia, eu já disse várias vezes o quanto me arrependi de ter desperdiçado minha aprovação em psicologia na UFRRJ por causa da pedagogia. Hoje entendo que não foi exatamente pela pedagogia, foi pela UERJ. E pela UERJ valeu a pena. Talvez pela pedagogia também tenha valido, ou ainda valerá a pena...

Mesmo com todas essas circunstancias, eu continuei. Continuei por entender o significado, a importância e o peso que é ser negra, estudante de escola pública, parte da classe popular e universitária. Entender o que é ser a quarta Moreira (minha família materna) e a primeira Venas (minha família paterna) a concluir o Ensino Superior. E entender o que é ocupar, aproveitar e desfrutar daquele espaço.

Hoje ja sinto uma pseudo saudade. Porque na verdade a saudade não será um problema. Eu não deixarei a UERJ, e nem Ela me deixará. Continuarei sempre por lá, meu lugar...

Por isso a palavra que chega mais perto do que eu sinto hoje pela UERJ, pela minha família, por esse momento é GRATIDÃO. Devo agradecer de todo meu coração à vida, à Deus e ao Universo. Agradeço:

À UERJ e à todas as escolas que eu estudei, por tudo.
Aos alunos, que eu vou sempre chamar de meus.
Aos professores de todas as minhas etapas de ensinos, desde o Ensino Fundamental até a faculdade. Eles me ensinaram, me inspiraram e me serviram de estudo.
Aos que conviveram comigo, pela paciência.
À toda minha família, que me educou em todos os momentos. Que são os principais culpados pelas minhas vitórias.

Sincera gratidão.
E que venham outros ciclos vitoriosos.
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Boa noite.
Bj* e um sorriso

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