quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Mini Monstro ❤



Boa noite! Foto desse amor!
Esse aí na foto é o filho da minha mana, que eu acho que é um pouco meu também.
Minha mana diz que o nome dele é Frederico, mas pra mim é Mini Monstro, uma doçura de cachorro, muito levado, a alegria da casa.
Aqui em casa já teve muitos, mas muitos cachorros.. mas a tempos a gente não mimava e amava tanto um bichinho como a gente faz com ele.
É muito amor! ❤

Bom gente.. eu não queria falar disso aqui não, não queria porque eu já me prometi 279 vezes que eu não tenho obrigação de falar dessas coisas, e que por isso me fazer mal (me faz mal mesmo!) eu não quero ficar pensando nisso e falando nisso o tempo todo, muito menos aqui.. mas não tem como. Não tem como!

No final de semana passado eu saí todo os dias, fui pro samba de sexta à segunda feira.. E só na terça eu consegui organizar meus pensamentos e me dar conta do que aconteceu pela cidade esses dias. Foi um final de semanas de chacina. E eu na rua, no samba, em favelas..
Durante uma operação na Cidade de Deus, dessas que nunca são pra combater tráfico de drogas algum, em que policiais sobem favelas para matar e morrer (homens de preto matando povo preto), um helicóptero por algum erro mecânico que eu não sei qual foi, caiu. E aí, a polícia acreditou que quem derrubou foi os traficantes. Então isso foi o suficiente para que tantas outras favelas fossem invadidas por policiais em resposta a morte dos caras que estavam dentro do helicóptero (sem nenhuma marca de tiros, nem no helicóptero nem nos corpos).
Sete pessoas negras executadas na CDD, todas com marcas de tortura e tantas outras desaparecidas.. Mães que não encontram os corpos de seus filhos, com a certeza de que estão mortos.. crianças, jovens.. gente morta banalmente!
Junto disso, policiais e simpatizantes do fascismo montam uma espécie de marketing de guerrilha para criar um clima de terror com intuito de desestabilizar a sociedade, espalhando mensagens de todo tipo para espalhar o medo pela cidade inteira.
E é o Garotinho gritando na maca que se transforma no símbolo do "fim do Estado de Direito".

"Basta uma notícia que envolva policiais.
Sempre tem alguém - ou muitos alguéns - pra dizer que direitos humanos só defende bandido, que a esquerda não se importa com a morte de policiais.
É mentira. É fácil ver que é mentira. É só ver as ações oficiais das secretarias de direitos humanos pra constatar que é mentira. Nem precisa tanto, é só olhar o facebook de um militante de esquerda qualquer pra ver que é mentira. Somos nós que estamos lembrando que a polícia que mais mata é também a que mais morre. Somos nós que lembramos constantemente, incansavelmente, que a culpa é do Estado.
Mas não importa. Não importa o que a gente faça, não importa o que a gente diga, não importa provar que é mentira.
Porque quem veicula esse discurso não está em defesa da vida dos policiais. Não faz nada pra que eles estejam seguros. A morte pra eles é apenas uma desculpa pra difundir o ódio.
Quem veicula esse discurso só quer que a gente cale a boca. Quer apontar uma falsa hipocrisia pra que a gente pare de lembrar que tem um genocídio em curso. Quer que a gente se envergonhe de lembrar de quem é a culpa, de mostrar os jovens negros e pobres despejados com balas na nuca. Fuzilados quando comemoravam um emprego. Baleados quando corriam pra salvar o próprio pai. Assassinados por portar um saco de pipocas. Arrastados. Torturados. Desaparecidos. Desumanizados.
E a gente continua. A gente se cansa e se desgasta e sofre tentativas de silenciamento e continua, porque não vemos outra saída que não continuar, porque nos importamos.
E você? Você que repete esse discurso sabendo que é mentira, você que aponta dedos pro lado errado, você sabe o que você está defendendo?
Você se importa?" Stefania Wolff

E pra terminar com chave de dor, hoje enquanto eu estava morrendo de preocupação com parte da minha família que mora na Mangueira, e que hoje teve um dia cheio de tiros, eu ouvi coisas que me fizeram um mal danado.
Em um  espaço que pra mim é privilegiado, onde se estuda/pensa/conversa o tempo, o espaço e as diversas relações entre eles, em muitos sentidos, uma pessoa diz com  certeza absoluta e insistentemente que "tem crianças que estão em situação de rua por escolha" e outra que diz "é absurdo esse negócio de mendigo ter cachorro".
Gente!! GENTE!
G
E
N
T
E
Eu parei, parei por aqui. 
Genocídio quando não vira número, é epistemológico!

Péssima noite.

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