Boa noite! Foto desse amor!
Esse aí na foto é o filho da minha mana, que eu acho que é um pouco meu também.
Minha mana diz que o nome dele é Frederico, mas pra mim é Mini Monstro, uma doçura de cachorro, muito levado, a alegria da casa.
Aqui em casa já teve muitos, mas muitos cachorros.. mas a tempos a gente não mimava e amava tanto um bichinho como a gente faz com ele.
É muito amor! ❤
Bom gente.. eu não queria falar disso aqui não, não queria porque eu já me prometi 279 vezes que eu não tenho obrigação de falar dessas coisas, e que por isso me fazer mal (me faz mal mesmo!) eu não quero ficar pensando nisso e falando nisso o tempo todo, muito menos aqui.. mas não tem como. Não tem como!
No final de semana passado eu saí todo os dias, fui pro samba de sexta à segunda feira.. E só na terça eu consegui organizar meus pensamentos e me dar conta do que aconteceu pela cidade esses dias. Foi um final de semanas de chacina. E eu na rua, no samba, em favelas..
Durante uma operação na Cidade de Deus, dessas que nunca são pra combater tráfico de drogas algum, em que policiais sobem favelas para matar e morrer (homens de preto matando povo preto), um helicóptero por algum erro mecânico que eu não sei qual foi, caiu. E aí, a polícia acreditou que quem derrubou foi os traficantes. Então isso foi o suficiente para que tantas outras favelas fossem invadidas por policiais em resposta a morte dos caras que estavam dentro do helicóptero (sem nenhuma marca de tiros, nem no helicóptero nem nos corpos).
Sete pessoas negras executadas na CDD, todas com marcas de tortura e tantas outras desaparecidas.. Mães que não encontram os corpos de seus filhos, com a certeza de que estão mortos.. crianças, jovens.. gente morta banalmente!
Junto disso, policiais e simpatizantes do fascismo montam uma espécie de marketing de guerrilha para criar um clima de terror com intuito de desestabilizar a sociedade, espalhando mensagens de todo tipo para espalhar o medo pela cidade inteira.
E é o Garotinho gritando na maca que se transforma no símbolo do "fim do Estado de Direito".
"Basta uma notícia que envolva policiais.
Sempre tem alguém - ou muitos alguéns - pra dizer que direitos humanos só defende bandido, que a esquerda não se importa com a morte de policiais.
É mentira. É fácil ver que é mentira. É só ver as ações oficiais das secretarias de direitos humanos pra constatar que é mentira. Nem precisa tanto, é só olhar o facebook de um militante de esquerda qualquer pra ver que é mentira. Somos nós que estamos lembrando que a polícia que mais mata é também a que mais morre. Somos nós que lembramos constantemente, incansavelmente, que a culpa é do Estado.
Mas não importa. Não importa o que a gente faça, não importa o que a gente diga, não importa provar que é mentira.
Porque quem veicula esse discurso não está em defesa da vida dos policiais. Não faz nada pra que eles estejam seguros. A morte pra eles é apenas uma desculpa pra difundir o ódio.
Quem veicula esse discurso só quer que a gente cale a boca. Quer apontar uma falsa hipocrisia pra que a gente pare de lembrar que tem um genocídio em curso. Quer que a gente se envergonhe de lembrar de quem é a culpa, de mostrar os jovens negros e pobres despejados com balas na nuca. Fuzilados quando comemoravam um emprego. Baleados quando corriam pra salvar o próprio pai. Assassinados por portar um saco de pipocas. Arrastados. Torturados. Desaparecidos. Desumanizados.
E a gente continua. A gente se cansa e se desgasta e sofre tentativas de silenciamento e continua, porque não vemos outra saída que não continuar, porque nos importamos.
E você? Você que repete esse discurso sabendo que é mentira, você que aponta dedos pro lado errado, você sabe o que você está defendendo?
Você se importa?" Stefania Wolff
Durante uma operação na Cidade de Deus, dessas que nunca são pra combater tráfico de drogas algum, em que policiais sobem favelas para matar e morrer (homens de preto matando povo preto), um helicóptero por algum erro mecânico que eu não sei qual foi, caiu. E aí, a polícia acreditou que quem derrubou foi os traficantes. Então isso foi o suficiente para que tantas outras favelas fossem invadidas por policiais em resposta a morte dos caras que estavam dentro do helicóptero (sem nenhuma marca de tiros, nem no helicóptero nem nos corpos).
Sete pessoas negras executadas na CDD, todas com marcas de tortura e tantas outras desaparecidas.. Mães que não encontram os corpos de seus filhos, com a certeza de que estão mortos.. crianças, jovens.. gente morta banalmente!
Junto disso, policiais e simpatizantes do fascismo montam uma espécie de marketing de guerrilha para criar um clima de terror com intuito de desestabilizar a sociedade, espalhando mensagens de todo tipo para espalhar o medo pela cidade inteira.
E é o Garotinho gritando na maca que se transforma no símbolo do "fim do Estado de Direito".
"Basta uma notícia que envolva policiais.
Sempre tem alguém - ou muitos alguéns - pra dizer que direitos humanos só defende bandido, que a esquerda não se importa com a morte de policiais.
É mentira. É fácil ver que é mentira. É só ver as ações oficiais das secretarias de direitos humanos pra constatar que é mentira. Nem precisa tanto, é só olhar o facebook de um militante de esquerda qualquer pra ver que é mentira. Somos nós que estamos lembrando que a polícia que mais mata é também a que mais morre. Somos nós que lembramos constantemente, incansavelmente, que a culpa é do Estado.
Mas não importa. Não importa o que a gente faça, não importa o que a gente diga, não importa provar que é mentira.
Porque quem veicula esse discurso não está em defesa da vida dos policiais. Não faz nada pra que eles estejam seguros. A morte pra eles é apenas uma desculpa pra difundir o ódio.
Quem veicula esse discurso só quer que a gente cale a boca. Quer apontar uma falsa hipocrisia pra que a gente pare de lembrar que tem um genocídio em curso. Quer que a gente se envergonhe de lembrar de quem é a culpa, de mostrar os jovens negros e pobres despejados com balas na nuca. Fuzilados quando comemoravam um emprego. Baleados quando corriam pra salvar o próprio pai. Assassinados por portar um saco de pipocas. Arrastados. Torturados. Desaparecidos. Desumanizados.
E a gente continua. A gente se cansa e se desgasta e sofre tentativas de silenciamento e continua, porque não vemos outra saída que não continuar, porque nos importamos.
E você? Você que repete esse discurso sabendo que é mentira, você que aponta dedos pro lado errado, você sabe o que você está defendendo?
Você se importa?" Stefania Wolff
E pra terminar com chave de dor, hoje enquanto eu estava morrendo de preocupação com parte da minha família que mora na Mangueira, e que hoje teve um dia cheio de tiros, eu ouvi coisas que me fizeram um mal danado.
Em um espaço que pra mim é privilegiado, onde se estuda/pensa/conversa o tempo, o espaço e as diversas relações entre eles, em muitos sentidos, uma pessoa diz com certeza absoluta e insistentemente que "tem crianças que estão em situação de rua por escolha" e outra que diz "é absurdo esse negócio de mendigo ter cachorro".
Gente!! GENTE!
G
E
N
T
E
Eu parei, parei por aqui.
Em um espaço que pra mim é privilegiado, onde se estuda/pensa/conversa o tempo, o espaço e as diversas relações entre eles, em muitos sentidos, uma pessoa diz com certeza absoluta e insistentemente que "tem crianças que estão em situação de rua por escolha" e outra que diz "é absurdo esse negócio de mendigo ter cachorro".
Gente!! GENTE!
G
E
N
T
E
Eu parei, parei por aqui.
Genocídio quando não vira número, é epistemológico!
Péssima noite.
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