quarta-feira, 29 de junho de 2016

:]


Olá! 
:)
Foto tirada lá no gramado da EEFD na UFRJ.

Gente eu quero contar pra vocês uma coisa que aconteceu comigo ontem a tarde..
Faço disciplina com uma menina muito, muito, mas muito bonita chamada Cris. Tô dizendo isso primeiro porque foi a primeira coisa que eu percebi ao iniciar a disciplina é que uma das alunas era alguém com uma beleza avassaladora, a Cris. E eu disse isso pra ela assim que pude.
Nossa convivência era limitada aos momentos de aula e só.
Até que ontem, essa menina linda me encontrou no corredor. 
"Oi Íza, tudo bem?" Tudo bem, e você? "Mais ou menos.."

Cris tinha acabado de passar pro um constrangimento racista. Ela foi comprar um doce, no prédio CCS, que fica bem enfrente ao EEFDE, e duas funcionárias do lugar, uma atendente e a outra caixa riram e debocharam da Cris. 
A Cris, além de linda, tem cabelos coloridos. Agora ela tá usando um cabelo de lã rosa belíssimo. Ela é negra, empoderada, muito consciente e uma pessoa extremamente doce e corajosa.
Ela me disse que quando as mulheres riram dela, ela encarou. As mulheres perceberam, mas permaneceram. A questão que a Cris levantou foi: será que se fosse uma mina branca elas teriam a mesma atitude? Lá na faculdade tem algumas pessoas de cabelo colorido, não são tão poucas assim..

Eu e Cris voltamos até o estabelecimento e contamos tudo que aconteceu ao dono do lugar.
Ele de cara disse que só podia ser um mal entendido. E eu de cara, fiz questão de explicar que não estávamos levando até ele uma dúvida, ou um pedido para que os fatos fossem apurados. Nós fomos contar pra ele um fato: as funcionárias constrangeram uma cliente. E isso é inadmissível!
Fiz questão de dizer que nossa atitude de ir até ele estava sendo muito benevolente. Poderíamos ir diretamente até outras instâncias, mais duras e severas, que iriam prejudicar ele pela atitude de suas funcionárias e que ele tinha que tomar uma atitude,
Ele nitidamente sentiu-se amedrontado. Disse que estava muito surpreso, que isso nunca tinha acontecido, e que era algo que ele realmente lamentava muito. 
Insistimos e ele trouxe suas funcionárias para se retratarem com a Cris. Uma delas, a caixa, foi absolutamente irredutível. Não ouviu a Cris, levantou a voz, apontou o dedo e recebeu tudo de volta! O fato é que além de não se desculpar ela se sentiu acusada, injustiçada, se quer conseguiu refletir a respeito da atitude que tomou. A segunda funcionária, a atendente, se desculpou. Mas ainda sob as afirmações preconceituosas de não riu de maldade. Elas ainda disseram que quem incitou o deboche foi um outra funcionária, que vende jalecos, perto da loja de doces.
Fomos procurar essa terceira pessoa e não encontramos.

Acontece que o dono do estabelecimento e suas funcionárias em momento nenhum conseguiram perceber o que aquela atitude representou pra Cris, pra mim e pra tantos de nós.  
E a treta de ontem, assim como todas as outras tretas, não é só pela Cris. é por todos nós!

É no dia a dia que somos formiguinhas em prol de um respeito a diversidade. 
De tudo, de tudo mesmo.. Fica mais uma vez a lição de que ainda há muito pelo que lutar!

Bj* e um sorriso

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