sexta-feira, 4 de setembro de 2015

:)





Boa noite galera. 
Foto minha, bonitinha hahaha

Hoje foi dia de trabalho, depois republica, organizando umas coisas e parti pro Humaita. Aula de dança de salão e depois de volta pra republica, ia rolar samba, ia rolar barzinho.. Ia!
2015 prometia ser o ano da colheita. Prometia.. HAHAHAHAAHHAHAHA Entendedoras entenderão
:P
Eu tô sempre falando sobre essa coisa da importancia da empatia. Eu realmente acredito nisso, no poder transformador desse sentimento de se colocar no lugar do outro, de tentar enxergar o mundo pela lente do outro, essa exotopia.. E hoje eu fui um pouco vítima disso.
Uma companheira de trabalho passou um susto com seu avô. E eu na hora tive empatia por ela.. E por isso entrei em sofrimento. Pensei que poderia ser eu ali, tendo acabado de receber a notícia de que minha vó tivesse passando por algum problema de saúde.. Que horror! Não aguentei, chorei.. E ainda que eu tenha oferecido a ela palavras de conforto, eu se quer consegui acalma-la como gostaria. Imediatamente percebi que eu poderia deixa-la mais nervosa com a minha angustia.
Que doido isso gente, que doido.

E por falar em empatia e em ambiente de trabalho, hoje toda a equipe recebeu um email da diretora da escola a respeito do papel do educador em meio as questões atuais, tais como o caso do menino sírio Aylam Kurdi de 3 anos, encontrado morto em mar da Turquia.
Eu já tinha visto as imagens circulando pelo face. E fui muito covarde ao fugir desde a primeira vez que bati os olhos.. "Que mundo é este em que vivemos, que sociedades e culturas são estas que construímos que permitem - não, pior: PROVOCAM - tragédias como esta? Somos realmente uma civilização em decomposição!"

Mediante ao email eu precisei saber mais do caso, vi muitas vezes a imagem do menino e de alguns outros refugiados mortos. Vi também as homenagens e tudo mais..
Gente, que dificuldade em responder o bendito email! Porque na boa, eu senti dor e sofri com tudo que eu soube e vi sobre a situação da Síria. Mas eu realmente acredito que tem muitas crianças que merecem nossa atenção, reflexão e dor e estão muito mais perto de nós. Crianças essas que estão perfeitamente ao alcance de nossas atitudes de ajuda mais imediatas. Não se trata de 'por qual criança devemos chorar', ou 'qual criança merece nosso choro'.. Não é isso! É perceber que se a empatia não me toca com meu semelhante próximo, como ela me toca com o semelhante distante? Por qual motivo a criança siria causa tanta comoção e o menino de rua não?

Minha vontade real era começar a falar um monte no email.. arrasar logo!
Porque a equipe não recebeu email quando Eduardo Ferreira de dez anos de idade foi morto na porta de casa no morro do Alemão? Porque a equipe não recebe email quando tem criança sem aula por causa da violência? Porque a equipe não recebe email e se quer é convidada a debater sobre assuntos tão pertinente a infância e a educação na atualidade, como a redução da maioridade penal?
Ahhh Ou!
Se incomodar com o que tá longe é muito fácil. Se incomodar com o que demanda a grande mídia é tranquilão né.. Quero ver se incomodar com criança dormindo em bueiro, como tem aos montes pela cidade. Crianças que morrem todos os dias porque deixam de viver a infância e a dignidade que lhes é negada..
E sabe do que essas crianças morrem?! Morrem de invisibilidade. Morrem porque a gente finge que não vê. E quanto mais ignoramos, menos falamos, e mais nos distanciamos do problema que facilmente deixa de ser nosso.
Deveria ser proibido se comover com a morte dos imigrantes sírios, quem é capaz de hostilizar os imigrantes haitianos.
Fico vendo gente dizer que o socialismo "real" falhou, mas como dizer que o capitalismo funciona?

Hesitei muito em responder. E quando resolvi o fiz de uma vez só, com nem metade de tudo que eu queria dizer.
Eu queria mesmo responder com uma postagem irônica do meu amigo, Mauricio Rufino "O pessoal que se chocou com a imagem do menino refugiado boiando no mar europeu, não deve estar muito ligado no que rola embaixo das marquises e praças espalhadas pela cidade. Deve ser distração, indiferença JAMAIS..."

Eu vou dormir gente. Boa noite. 
Bj*

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