Oi gente.
Outra da série fotos acumuladas: essa foi clicada antes deu ir pra Ilha Grande.. samba na praça Tiradentes no dia 13.
Hoje a semana tá acabando.. eu eu posso dizer que tirei meu atraso de samba. Segunda teve samba da Pedra, quarta teve samba da Casa Amarela e samba da Barão, na sexta eu fui pro samba PedeTeresa e samba da Calçada e ontem eu fui pro Terreiro de Crioulo. Era tudo que eu estava precisando! MUUUITO samba!
Hoje a semana tá acabando.. eu eu posso dizer que tirei meu atraso de samba. Segunda teve samba da Pedra, quarta teve samba da Casa Amarela e samba da Barão, na sexta eu fui pro samba PedeTeresa e samba da Calçada e ontem eu fui pro Terreiro de Crioulo. Era tudo que eu estava precisando! MUUUITO samba!
Mas o meu grande amor pelo samba não quer dizer que eu não enxergue o tanto de coisas conflituosas que acontece.
Todo mundo sabe o quanto eu defendo a discussão feminista. E quem me conhece um pouco mais de perto sabe o quanto eu tô sempre fazendo observações a cerca do ambiente do samba.
Sempre digo que, não sei se é porque é o lugar onde estou inserida, mas considero o ambiente das rodas de samba o mais machista de todos! É algo surreal, extremamente naturalizado e até exaltado.
No dia que essa foto foi clicada aconteceu uma coisa muito delicada.. Samba machista cantado a plenos pulmões na roda, sem nenhum pudor! A música Piranha, de Bezerra da Silva, e a música Nega no morro, de Arlindo Cruz, criaram pra mim um clima completamente oposto ao que eu vou buscar no samba.. de muito mal estar e vergonha.
Foi horrível, ouvi mal acreditando que aquilo estava acontecendo.. sim, eu já tinha ouvido antes, mas não cantado ao vivo na roda. Ouvia nos intervalos, achava absurdo, mas daí ao sambista tá cantando e sendo acompanhado pelo público é diferente.
Fiquei pasma, fiquei irritada e claro que assim que pude fui falar com os músicos daquela roda. E a resposta foi que por ser um clássico, música de Bezerra da Silva e Arlindo.. ah poxa, não dá pra deixar de cantar né?!
Oi?
Meu incomodo continuou aqui, esquentando a minha cara. Então assim que pude eu levei ele pra um dos organizadores/gestores da Rede Carioca das Rodas de Samba. E a reposta não poderia ser pior!
Primeiro o ômi negro me disse que eu não podia reclamar do samba com ele porque eu não sabia dizer exatamente qual era a letra toda da música. Argumentei, claro; depois disse que não se tratava de machismo, era só uma música deselegante. Argumentei, claro; E por último ele quis dizer que não sei o que é machismo (nem racismo), e me deu algumas definições do que é (hahahaahaha, sempre fazem isso né, muito previsíveis!).
Depois de esgotarmos muitas questões ele me disse que não sabia do que eu estava falando. Parei de argumentar e deixei ele falando sozinho, claro.
Ele, nitidamente afetado com a minha queixa/argumentação/reação, detestou ser 'abandonado' na discussão. Eu, mulher com fama de histérica fui perguntada se eu estava de pirraça juntamente por não estar aos gritos.
Ele, nitidamente afetado com a minha queixa/argumentação/reação, detestou ser 'abandonado' na discussão. Eu, mulher com fama de histérica fui perguntada se eu estava de pirraça juntamente por não estar aos gritos.
Semana passada saiu no jornal O Globo uma matéria sobre os avanços do samba no combate ao machismo. A matéria saiu no dia seguinte a discussão que eu acabei de dizer pra vocês. E adivinhem? Sim, aquele mesmo gestor que discutiu comigo era um dos caras que falou pro jornal.
Assim que vi a matéria de cara eu dei risada. Porque chamar dois homens hetero cis pra tocar em assuntos como machismo e homofobia é bizarro demais. E depois eu fiquei pensando o quanto eu deveria falar sobre isso com mais pessoas. Não precisei tomar essa iniciativa porque mais mulheres incomodadas chegaram até a mim pra dividir esse incômodo. Como é bom não se sentir sozinha!
A gente segue, juntas!
A gente segue, juntas!
Bj* e um sorriso
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